sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

QUERIDO PAPAI NOEL

Natal, natal, que batam os sinos. Eu sempre quis usar essa frase. Pois hoje, apesar do pólo norte derretendo, dos ursos brancos se devorando de fome, o papai Noel vai chegar.

Se bem que em Brasília ele já chegou, ou o Arruda não foi um papai Noel pros seus meninos?

Mas o que eu posso escrever de verdade para o bom velhinho?

“Querido papai Noel. Por favor, eu sou um bom sujeito, daí-me a felicidade de ver um só, basta um parlamentar, condenado pelo supremo tribunal. Daí-nos a aprovação de lei de execuções penais, e um momento popular pela reforma dos judiciários. Daí-me uma pele de rinoceronte pra resistir aos terríveis casos de criancinhas brutalizadas, tantas crianças foram atacadas papai Noel, do João Helio, passando por Isabela até esse menino das agulhas.

Por que papai Noel?

Daí-me a coragem dos canalhas, pra fazer o bem, ao invés das vacilações covardes de muitos de bem, daí um pouco mais de memória ao povo.
Mas se eu for, irresistivelmente atraído pelo mal diante do sucesso de tantos impunes, daí-me um panetonizinho daqueles do Arrudinha, cheio de euros. Daí-me um terno de teflon igual ao do Sarney onde nada gruda. Daí-me advogados tão bons quanto os do Maluf e do Daniel Dantas, eu quero meias calças grandes, cuecas reforçadas, habeas corpus preventivos. Daí-me a capacidade de mentir sem tremores. Daí-me lagrimas de crocodilo e abraço de tamanduá. Daí-me o tempo e a paciência que eu conquistarei no esquecimento. Daí-me a cara de pau de tantos impunes papai Noel, por que, pode ser que eu precise um dia. Quem sabe? Obrigado