domingo, 4 de julho de 2010

Priscila

Faz um ano né gatinha? E ai, como você está? Eu sei que bem, você sempre esteve melhor que eu.
Pra mim foi uma barra sabe? Ficar se você, nunca consegui ter perdoar por ter ido sem eu, porque você não me esperou? Acho que o papai do céu tinha pressa de ter você do lado dele, e quem não teria?

Meu, eu acho que eu estou bem hoje, é tão difícil pra mim pensar em você, eu nunca consegui falar sobre você pra ninguém, é uma vergonha não falar do que você foi, alias, do que você é. Eu lembro de tudo, das nossas conversas diárias que duravam horas e horas, nunca nos cansamos... E convenhamos, eu te seguia em todo lugar, lembro do seu sorriso quando eu mudei pra mesma escola de você, só pra te ter comigo todas as manhãs, foi tão especial...

Nós sempre estávamos juntos, lembra do Leonardo, da Miriam, da Flávia? Quanto tempo será que passamos rindo e chorando? E falando em rir, você ganhava, era a minha gatinha, e eu não cansava de falar isso, porque é verdade.

E discussões? Quantas em? Sem acabava com você pedindo um abraço. Eu lembro que certa vez estávamos brigando, eu tava gritando, você entortou a cabeça e disse: Eu te amo cabeçudo. Eu fiquei sem ar, parei de falar, e comecei a chorar.
Você era demais, estava sempre ali, e eu não cansava. Andávamos, e andávamos, sempre sem destino, só conversando, e quando eu me dava conta estávamos muito longe.

Quando você teve que viajar pra se tratar fizemos uma festa que eu nunca entendi, era pra ser um até logo, porque você não voltou? Eu ia te receber tão bem... Você escondia tudo tão bem, nunca quis nos preocupar, mas me preocupou, eu te ligava e ficávamos horas e horas, meu pai lembra melhor que eu das nossas ligações, via absurdos ela. Chegou a ponto de eu ir no orelhão e gastar dois cartões com você. Lembra disso? Pois é, e eu fazia de novo.

Naquele dia chuvoso eu não hesitei em ver como minha gatinha tava, e você tava ótima, esquece essa historia que tava com cara de doente. Foi o seu sorriso mais lindo quando eu apareci. E esse dia eu dei o troco, só eu falei... Mas eu sabia o que você queria me dizer, entrou o Leonardo, a Miriam e a Flávia no quarto e você falou: Eu amo vocês, e fechou os olhos, eu não queria soltar sua mão, eu não queria te deixar partir. Eu segurei tanto tempo ela, porque ninguém pode fazer nada? Nunca vou esquecer disso.

Você tirou meu equilibro, eu não pude chorar, eu não sentia nada. Eu sinto muito pela tristeza que eu te causei, mas no seu enterro eu precisei chorar daquele jeito, eu precisei mesmo.

Foi tudo tão rápido, eu tive que me afastar de tudo, de todos. Viajei buscando entender, mas só fiz mal a mim pelo tempo que passei longe. Eu não queria voltar, não conseguia mais olhar pros meus amigos e não ver você.

Aquele foi o ultimo dia que estivemos os 5 juntos, nunca mais nos vemos, acho que todos nós nos perdemos sem você.

Mas hoje eu estou bem, tenho muitos amigos apesar do tempo sozinho, eles me tratam bem, eu os amo. Tem o Junior e a Molly que estão sempre comigo, e eu queria que você conhecesse eles... Você ia adorar também o Hermanno. Enfim, e eu espero o dia que vou te encontrar. Pra rirmos de novo das pessoas... Nunca vou te deixar partir. EU TE AMO.


As Cores
Cine

O vento bate a porta e não me engana mais
Decoração branca não me satisfaz
Eu queria estar no seu lugar
Mas não estou
Acham que enlouqueci
Perguntam de você pra mim
Eu tento dizer que está tudo bem

Estou igual vivendo o irreal
Perguntei do final pras flores
As flores são partes do total
Ja se tornou banal
Me sentir mal
Me sinto mal

As cores lá fora me disseram pra continuar
Elas me disseram pra continuar (Eu já superei)
Mas eu queria suas mãos nas minhas
Revelar as fotos que tiramos e ninguém sabia
Da sua partida (Da sua partida)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Velhice

Acho que estou envelhecendo, quer dizer, tenho certeza. Mas acho que isso esta cada vez mais evidente, as idéias, as atitudes estão cada vez mais maduras e menos divertidas, não que seja impossível se divertir quando se tem mais idade, mas já sinto falta daquela alegria de criança de correr, de gritar, de dar risada sem ter nenhum motivo, e as pessoas não ficarem questionando se você é louco. Não faz nem dez anos que tudo isso aconteceu, não lembro direito com que idade parei de brincar, talvez ao uns 5 ou 6 anos, e mesmo assim já tenho tanta saudade. Então fiquei imaginando como uma pessoa com 30 anos se sente, será que elas sentem saudades? Será que elas se lembram dessa época?

Dúvido que alguém se esqueça dessa época, quando não haviam preocupações, quando não haviam problemas sérios, eu fui uma criança feliz, amada pelos pais, com muitos amigos... Nesse aspecto minha vida não mudou muito, confesso que a pouco tempo tinha umas crises existências por causa de amigos, mas acho que estou numa das minhas melhores fases pra amizades.

Alias, que saudades dos meus amigos de infância, que saudade de correr descalço na areia, que saudades...

Não tem nenhum fio de cabelo branco na minha cabeça, estou nos padrões de beleza, e nem sequer tenho duas décadas de idade, mas por que me sinto tão velho. Será que o amadurecimento é apenas isso? A diversão fica escondida numa caixa de brinquedos e nunca mais pode voltar? Será que a alegria de ficar pulando uma corda não pode existir?

Eu percebi que o tempo esta contra mim, lembro quando pequeno parecia que demorava séculos pro ano acabar, e agora eu sempre digo que ele esta passando rápido, isso não é bom, será que vai chegar uma hora que os anos parecerão semanas?

Parece que não tem jeito, todos nós envelhecemos uma hora ou outra, talvez pensar nisso seja um erro, perder tempo pensando no que ainda vai acontecer e deixar de pensar no agora... Mas perdemos tanto tempo com besteiras, será que passar e refletir um pouco tomaria tanto tempo assim do pouco que me resta?

sábado, 5 de junho de 2010

Fomos surpreendidos novamente!

TODO ESTE TEXTO É SOBRE A MINHA PESSOA

NÃO TEM CORREÇÃO ORTOGRÁFICA NESSE TEXTO, ESCREVI AS PRESSAS E NÃO RELI. IGNOREM E DESCULPEM OS ERROS.

Sarcástico, irónico e calculista. Esses são alguns dos adjetivos que eu mais ouço ao meu respeito. Às vezes dizem bonito, engraçado, mongo... Aaaah, acho que não dá pra falar todos os adjetivos que uma pessoa pode ganhar, nem de longe se pode acertar, sempre haverá criticas e elogios. Eu agradeço os elogios, mas os que eu aceito mesmo são as criticas, são com as criticas que eu posso ver onde eu errei, onde eu posso corrigir.

Estou muito longe de ser diferente ou igual, mas uma coisa eu sei, eu sou melhor que todos, sim, sem humildade mesmo, não quero estar entre o melhor e o pior, eu quero sempre mais de mim, assim vou atrás, e olha, eu corro, a estrada é longa e difícil.

Eu sou o melhor pra mim, uma pessoa que eu terei que aguentar até o resto da vida, e como eu não serei o melhor? Pra que eu vou tentar então, pra que estamos aqui se não é pra dar o melhor de si? Então se um dia me ver desanimado ou triste, nem perca seu tempo me consolando, só estou tomando fôlego pra o que vem pela frente, não se pode sorrir sempre né?

Eu não tenho religião, e mesmo assim tenho fé, acredito nas pessoas, acredito que existe um plano superior ao nosso, e que eu vou conhecer ele um dia, e nem me venha com papo de que eu possa não conhecer esse lugar, porque eu vou. Eu estarei lá, todos nós vamos. A pior coisa que pode acontecer com uma pessoa é ela carregar os erros pra eternidade, não acredito que uns queimaram em algum lugar depois de mortos. Sei que as almas são como uma só, unidas, e que todas se encontram no mesmo lugar.

Uma pessoa boa eu imagino que eu seja, sou elogiado por minhas cortesias e educação.
Não vou me sentar num lugar onde poderia estar sentada uma dama confortavelmente, não
é isso que é passado há séculos? Os cavalheiros cortejarem as damas? E todas as mulheres são damas, sempre. Não é que algumas não se dêem ao respeito, é que elas ainda não sabem o que é serem respeitadas, quando elas descobrirem, vão mudar, eu acredito nisso. Mas o humano hoje esta muito desacreditado, não acredita em gentilezas, em pensamentos positivos.

Outro dos meus elogios é minha inteligência, estou hiper longe de ser uma pessoa que tem conhecimento sobre diversos assuntos, mas os poucos que eu tenho, procuro desenvolver bem, opinião tem que ser dava com conhecimento do assunto.
Complico de alguma pessoa me entender, e algumas ações que eu tomo, acho que faz parte do meu calculismo, sempre fazer parecer que eu quero uma coisa, quando eu quero outra, e tento fazer as pessoas entenderem que eu pensei bem nas possibilidades e que sei que só resultará a uma coisa previsível, que eu espero que seja boa.

Mas é ai que eu quebro as pernas, sempre tem erros, não se pode apostar fichas em humanos, eles são imprevisíveis, a mente pensa rápido, as atitudes. E é ai que eu sou surpreendido.

Nunca mais apostarei em amor, não que eu tenha amado de verdade, mas acho que o sentimento que eu sentia foi o maior que eu já tive, foi diferente, não poderia dar nome. E eu expressava esse sentimento de maneira bem peculiar, mas não é culpa minha, juro que não é minha intenção. Mas é que tanta coisa tem acontecido, minha família me trata de maneira que eu não conheço e isso me afeta, eles não me tratam mal, longe disso, só que diferente. Apenas por causa de uma característica minha, dentre tantas, umas faz essa mudança. É muito difícil pra mim superar, e eu não estou pedindo pra alguém superar comigo, só que as pessoas não tem a calma que eu tenho, agir devagar.

E eu sei que assim eu posso melhorar, e estou melhorando. Primeiro psicologicamente pra depois conseguir transformar isso em afeto, ao qual eu possa dar a uma pessoa que mereça. Dessa vez não deu certo, mas eu sabia que ia dar se o relógio não quisesse correr tão rápido. Mas eu peço a Deus uma pessoa que eu possa mostrar o que eu quero que ela veja, o mundo que eu vejo, não alguém que acha que pode ver.

Eu amadureci tanto esse ano, muito mesmo. E eu sei que tem um sentimento de depois de muito garimpar esta pronto pra sair, depois de tanto tempo eu achei. Não foi tarde demais, eu sei que ainda vou conseguir dar isso.

Hoje estou magoado, ferido, sei lá... Mal. Não me sinto bem em quanto escrevo tudo isso, é uma coisa vazia que eu estou sentindo, uma coisa que eu não me lembro de ter sentido antes. Eu não perdi a fé nas pessoas, e sim na pessoa que eu acreditava. Eu não vou demonstrar isso, estarei sorrindo, amanhã será um novo dia, um novo roteiro vai vir e eu estarei bem, é só uma questão de aceitação. Estou na época do ‘foda-se’ mesmo.

E eu não escrevi isso pra outras pessoas lerem, e sim pra eu poder ver como eu sou. E quem sabe fazer outras pessoas entenderem um pouco, eu só preciso deste pouco.

E CHEGA, MAIS DE MIM EU FALO DEPOIS, SENÃO VOU ESCREVER UM LIVRO

Até a próxima.

NÃO TEM CORREÇÃO ORTOGRÁFICA NESSE TEXTO, ESCREVI AS PRESSAS E NÃO RELI. IGNOREM E DESCULPEM OS ERROS.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Inhaê

Sabe o que eu não consigo fazer?
Gostar mais de alguém do que de mim.

E por mais que eu ache simplesmente fascinante o jeito que algumas pessoas gostam de outras, eu assim não consigo fazer. Acho que a minha segurança sentimental vem sempre em primeiro lugar. Mas será que algum dia eu vou amar alguém de verdade, fazer ser recíproco o que sentem por mim?

Acho que sim. Eu só preciso amadurecer, crescer, aprender, ter conhecimento. Essas coisas que não se aprende em escolas. E falando em escola, eu lembro de saudades dos amigos.

Nós ficamos anos nos vendo todo dia, passando manhãs, tardes, enfim... Passando tanto tempo juntos e de repente acaba. Não o vemos todos os dias, os contatos vão ficando raros, as vezes as conversas não são mais as mesmas, não rola mais aquela mesma conversa que rolava no tempo de escola, mas esse não é o assunto que eu quero tratar aqui, e sim sobre os amigos que nós nunca perdemos contato.

O amor que eu tenho por algumas pessoas é tão forte que chega a doer, alguns eu vejo raramente, e quando nos vemos sentimos o mesmo sentimento que sentimos da ultima vez que nós vimos, ou até melhor. Rimos, choramos, contamos tudo que nos esta acontecendo, é tão bom se sentir amigo de alguém, é tão bom. Eu as vezes tenho orgulho de mim por ter achado essas pessoas, alguns são amigos de infância que você sempre teve do seu lado, outros apareceram de um jeito engraçado. Não importa, eles aparecem. E toma você de felicidade.

Tem pessoas que não tem idéia do amor que eu sinto, acho que até pensam que eu esqueci. Mas pra essas pessoas isso não existe, amo mais que tudo, amo e amo.

Acho que os nomes que me vem a cabeça agora são Jhanna, Thais, Rodrigo, André, Flávia, Miriam, Bruna, Elaine, Cibele, Mayara... Bom, são muitos, mas para esses que eu quero dizer que quero vocês sempre comigo... E pros meus novos amigos, em especial Lodi, Barbara, Loiro, Gabriel, Kaio, Rick, Mickey, João, Bezzi, Talita, Emily (Hemmýllýah), Gabriela, Kamila, Lari, Hermanno... (desculpa se não disse alguém, mas acho que ia ficar horas digitando), vocês já tem um lugar no meu coração, eu os amo muitos, amigos pra sempre, vocês nem tem ideia da importância que já tem pra mim. Ahusuashsauh.

Queria poder falar um pouco de cada um, mas eu tenho que ir no cinema e já estou atrasado.

Júnior, Molly e Flávia são meus amores eternos. Eu prefiro morrer a ficar sem um de vocês, vocês estão sempre comigo, e eu sempre estarei aqui com vocês e por vocês.

CHEEEEEEEEEEEEEEEEEGA.
AMO TODO MUNDO, SEEEEEEEEEEEEEEEEERIO. BEIJO.

domingo, 9 de maio de 2010

Dia das Mães

Dia das mães, que dia feliz né? Filhos passando o dia com a mãe, entregando presentes, dando aquele abraço apertado, rola uma lagrima do olho da mãe, e o filho se sente bem, orgulhoso de ter feito a pessoa que ele mais ama nesse mundo feliz.

Acho que a maioria das crianças quando bem pequenas falam que querem casar com a mãe, e com alguém bem parecida. Mas elas não estão erradas de quererem passar o resto da vida com alguém que a ama, e que ela ama. Mas acho que tudo isso deve ser falado no dia de hoje, segundo domingo de maio.

Mas o que me deixou pensando, é quando uma criança, ou já adulto não pode ter esse momento, de entregar um presente pra mãe, que não pode dar aquele abraço apertado.

Tenho alguns amigos que não tiveram a chance de fazer isso, a mãe já se foi, deixou saudades, um vazio. Ai me veio um dilema, devo chamá-los pra vir passar esse domingo aqui em casa? Mas e se for deselegante? E se for falta de educação chamar alguém que não tem mãe pra curtir a sua?

Eles tinham planos de visitar tias, madrinhas como fazem todo ano, mas eu pensei bem e cheguei a conclusão que eu amo minha mãe o suficiente, assim como ela me ama, e assim como eu amo meus amigos, e acho que eu poderia não ceder, mas sim compartilhar esse dia com eles. Eu descobri que eu fiz a coisa certa.

Eles não estão se sentindo como se tivesse uma nova mãe, e nem como se fosse à mãe
deles, mas estão lembrando-se da mãe de cada um, como eles se sentiam, como eram bom estar com ela. E não é esse o sentindo do dia das mães? Um dia para exaltá-las, pra agradecê-la, para esquecer todas aquelas discussões bobas durante o ano, e mostrar que não existe pessoa mais importante nesse mundo, no caso dos meus amigos, que não existirá, e que ninguém vai preencher aquele vazio, mas cada uma das mães desses 4 amigos meus foi embora, mas deixou sua missão cumprida, pois deixou uma lembrança de amor, respeito carinho pra eles, e que eles vão guardar pro resto da vida.


Então se você tem algum atrito com sua mãe, o que acha de esquecer isso só por um dia? Já ouvi algumas pessoas falando que a mãe não merece presente, mas será que ela não merece mesmo? Será que um abraço não pode fazer falta a ela independente de como ela seja? Será que nada que ela tenha feito por você não tenha o preço de um abraço?
Se ela te trata bem ou mal, acho que todos temos que curtir esse dia, pelo menos esse dia, antes que você tenha que curtir ele na casa de amigos.


BEEEEEEEEIJOS.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Primeira vez

Bom, esse post não foi feito por mim, um amigo me enviou isso e eu achei muito engraçado.

E como diz no blog em que eu peguei isso: 'Dedico o post de hoje às mulheres que são, acima de tudo, guerreiras - em todos os sentidos!'
Boa leitura e me amem. *-*



Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha.
Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve, mas acho que pentelho não pesa tanto assim.
Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa.
Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que issoaconteceria.
Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.
- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.

- Vai depilar o quê?

- Virilha.

- Normal ou cavada?

Parei aí. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.
- Cavada mesmo.
- Amanhã, às... deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.
Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável, e lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando.

Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal.
Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado.
Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor.
De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas.

Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas.
Uma mistura de Calígula com O Albergue. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.
- Querida, pode deitar.

Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca.
Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas: uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus! Era O Albergue mesmo.

De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.
- Quer bem cavada?
- É... é, isso.

Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes.

- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.

Claro nada, não entendia P**** nenhuma do que ela fazia. Mas confiei.

De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça).

- Pode abrir as pernas.

- Assim?

- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.

- Arreganhada, né?

Ela riu. Que situação.

E então, Pê passou a primeira camada de cera quente em minha virilha Virgem.

Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.
Foi rápido e fatal.
Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca.
Não tive coragem de olhar.
Achei que havia sangue jorrando até o teto.

Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Samu.

Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo super natural.
Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa.
Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais.

- Tudo ótimo. E você?
Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.
O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope.
Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todos porque se cansam de sofrer sozinhas.

- Quer que tire dos lábios?

- Não, eu quero só virilha, bigode não.

- Não, querida, os lábios dela aqui ó.
Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se fuder mesmo.
- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.

Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o cafofinho de Penélope e dá uma conferida na Abigail.

- Olha, tá ficando linda essa depilação.

- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.

Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali.

Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo.

"Me leva daqui, Deus, me teletransporta".

Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.
- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram um pelinhos, tá?

- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.
Estava enganada.
Senti cada picadinha daquela pinça filha da mãe arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida.
E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.
- Vamos ficar de lado agora?

- Hein?

- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.
Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.
- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. Tive vontade de chorar.
Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista.
Quis chorar, gritar, peidar na cara dela, como se pudesse envenená-la.
Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:
- Tudo bem, Pê?
- Sim... Sonhei de novo com o c* de uma cliente.
Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver mil cus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: peraí, mas tem cabelo lá?
Fui impedida de desfiar o questionamento.
Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia nem uma preguinha pra contar a história mais.
Mordia o travesseiro e grunhia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.
- Vira agora do outro lado.
P****! Por que não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha. E então, piora. A broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.
- Penélope, empresta um chumaço de algodão?
Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais.
Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa m****...
- Baixa a calcinha, por favor.
Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha! Como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao c*.
O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.

- Prontinha. Posso passar um talco?

- Pode, vai lá, deixa a bicha grisalha.

- Tá linda! Pode namorar muito agora.

Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso, mas doía e incomodava demais.
Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.

Queria comprar o domínio www.preserveasxoxotaspeludas.com.br

Acabou, UFA!!

As maravilhas do transporte público.

Você provavelmente já ouviu isso, mas eu repito: Acordar cedo é uma merda.
Mas só tem uma coisa que pode piorar seu dia MAIS, o ônibus lotado.

Veiculo dos infernos, não sei como dizem que é melhor usar transporte coletivo sendo se eu em um carro dirigindo confortavelmente vou pegar o mesmo congestionamento do que quem está em ônibus. E com a vantagem de não sair com marcas de agressões sexuais.

Eu até ano passado não conhecia esse sofrimento, mas esse ano as coisas mudaram, eu pego uma lotação e metrô todo dia. Eu poderia ir de ônibus, mas como eu não consigo entrar neles eu faço o caminho mais difícil.

No começo eu entrava na lotação e ficava a deriva lá dentro, eu não conseguia me segurar. E por que as pessoas nunca pedem pra segurar minha mochila? Ela nem é tão pesada. E o pior, por que quando eu peço pra segurar a mochila ou bolsa de alguém me olham com cara de suspeito?

Eu sou a favor de bancos reservados para estudantes.

E no metrô o sofrimento é maior, porque eu entro no vagão a força, me jogam lá dentro mesmo. O problema é pra sair. Ninguém escuta a frase ‘não fique na região das portas’?

Mas agora eu aprendi a ser mal-educado. Minhas licenças morrem na hora que o metrô para na minha frente.

Mas esse nem é o motivo do post, esse foi mais um desabafo.

E eu estou abandonando aqui de novo, mas sabe como é, a preguiça é maior. Mas sempre que dá eu posto uma besteirinha aqui. Vou postar um assunto interessante aqui depois, falar sobre transporte público sempre parece repetitivo, e eu adoro falar mal das coisas. FATÃO

Beijos.